Muitos daqueles que buscam ajuda e daqueles que ajudam, pensam na ajuda de uma certa maneira.
Essa maneira supõe que o ajudante é “grande” e o ajudado é “pequeno”.
Dessa forma, o ajudante é colocado como se soubesse o que é melhor para o ajudado. E muitas vezes também o ajudante é encarregado de permanecer a cargo do ajudado até que esse “fique bem”.
Isso na verdade cria uma dependência entre o ajudado e o ajudante, e transfere para esse último a responsabilidade pela mudança e pelo resultado.
Esse tipo de ajuda “prende” ambos: ajudante e ajudado. E também eventualmente diminui a dignidade do ajudado.
É claro que é um caminho de ajuda válido, e bem estabelecido que esse tipo de ajuda tem seu lugar, por exemplo, entre um cirurgião e seu paciente.
Porém esse ajudar tem limites. Ele é especialmente limitado quando aquilo que precisa ser modificado é algo que depende muito mais ou exclusivamente da atitude do ajudado.
Aí essa forma de ajudar tem pouco efeito. Por exemplo, quando alguém precisa de ajuda a fim de mudar algo em seu próprio comportamento. Nesse caso, esse tipo de ajuda pouco contribui.
A abordagem sistêmico-fenomenológica de Hellinger ajuda dentro de outra visão. Nela, o ajudante e o ajudado estão num mesmo nível. E o ajudante inclusive chega ao sistema do ajudado em último lugar.
Aí ajuda exatamente por saber menos, e não por saber mais. Porque não está atado aos pressupostos do ajudado, o ajudante o auxilia a ver aquilo que está fora de seu campo habitual de visão.
E uma vez que o ajudado vê, então nada mais é necessário – o ajudante se retira.
Isso é ajudar com o mínimo. E é um dos conceitos essenciais desse trabalho.
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Fonte: http://constelacaofamiliar.net.br/ajudar-com-o-minimo/